VOLTANDO ATRÁS

Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio

"Ao aflito  deve o amigo mostrar compaixão, a menos que tenha abandonado o temor do Todo-Poderoso"

Jó 6.14

            Há alguns anos, nas para-olimpíadas de Seattle, nove participantes, todos com deficiência física ou mental, alinharam-se para a largada da corrida dos 100m rasos. Ao sinal, todos partiram, não  exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, exceto um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar.

            Os demais amigos ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás, viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com síndrome de Down, se ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar".

            Todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. Cena emocionante! O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. As pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje. Da mesma forma que os meninos desistiram da vitória na corrida para auxiliar o garoto caído, Deus se compadeceu de nós e deixou sua glória para trás para vir em nosso socorro.

"Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não  vai atrás da perdida até que a encontre? E achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo; e chegando em casa reúne os amigos e os vizinhos e lhes diz: Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha que havia perdido"

Lc 15. 4-7

Assim é Jesus para conosco.

Oremos: Pai, que belo exemplo nos deram essas crianças! Demonstraram não apenas amor, como compaixão, solidariedade e amizade! Por isso essa cena indescritível é usada, todas as vezes que falamos de misericórdia. Que os nossos corações, como o coração daquelas nove crianças esteja impregnado do teu amor para com o próximo! Que possamos renunciar às glórias e vitórias da vida, para atender a um amigo. Talvez por isso a sua palavra diga que devemos ser como crianças para merecermos o Reino dos Céus. Nos livra do egoísmo, do altruísmo exacerbado, da sede de vitória e nos torna capazes de sarar a dor alheia e nos unirmos uns aos outros, para juntos conquistarmos a linha de chegada ao céu. É o que lhe peço, em nome de Jesus. Amém!