ESCLARECENDO SOBRE O DOM DE FALAR LÍNGUAS ESTRANHAS

E A ENTREGA DE PROFECIAS

Pra.Maria Luísa Duarte Simões Credidio

Obituário distribuído no enterro da mãe do meu marido, em 25/01/2006

 

 

"O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação."

1 Co 4,5

Pessoas Mulher Louvar Adoração Sombra

 Estágio e

        O "dom de falar em línguas" é um dom espiritual. Significa falar com palavras ou numa língua que não se sabe (mas que existe!), a fim de edificar tanto a si mesmo e aos outros.

        Jesus predisse de falar em línguas: "E estes sinais seguirão aqueles que crêem …

 falarão novas línguas." Marcos 16:17 (mas repito aqui, línguas que existem, que são do

 conhecimento de alguns). A primeira vez que alguém falou em línguas foi no dia de

 Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos, como relatado em

Atos 2: 1-12. Os apóstolos falavam do evangelho às multidões em Jerusalém, e o que eles

 disseram poderia ser compreendido por pessoas que falavam muitas línguas diferentes: "… os

 ouvimos falar em nossas línguas as maravilhas de Deus". Atos 2:11. (Ou seja, falaram na

 língua com que aquelas pessoas usualmente se comunicavam, apesar dos apóstolos não

 conhecê-las).

        Mais tarde, Paulo também escreve sobre o dom de falar em línguas, em 1 Coríntios 12 e 14. No entanto, aqui ele escreve que a pessoa que fala em línguas não fala em uma linguagem compreensível: "ninguém o entende; no entanto, em seu espírito fala mistérios " 1 Coríntios 14: 2. No entanto, este presente que foi dado aos crentes pode ser um benefício para os destinatários e usado para edificar os outros em reuniões cristãs.

O que a Bíblia diz sobre falar em línguas?

        Muito do que está escrito na Bíblia sobre este presente é escrito por Paulo à igreja de Corinto. Aparentemente, muitos deles tinham recebido este presente, mas não entendiam o uso adequado do mesmo em suas reuniões.

        Paulo tentou ajudá-los a entender o seu propósito: "Há diversidade de dons, mas o mesmo Espírito. Há diversidade de ministérios, mas o mesmo Senhor. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito de todos: Porque a um é dada a palavra de sabedoria por meio do Espírito, a outro a palavra de conhecimento pelo mesmo Espírito, a outra fé, pelo mesmo Espírito, a outros dons de cura, pelo mesmo Espírito, a outro a operação de milagres, a outro a profecia, a outro discernimento dos espíritos, a outro a variedade de línguas, a outro a interpretação de línguas "1 Coríntios 12:. 4-10. Notaram que ele usa a expressão variedade de línguas? Faz isso porque é dada à pessoa a possibilidade de falar numa porção de línguas que não conhece, mas que os ouvintes, conhecedores delas, entenderão. E no final do versículo diz que há aqueles que interpretam essas línguas. A pergunta é: onde estão eles??? Se não houver quem interprete as línguas estranhas, que não se fale nelas, pois ninguém entenderá! O texto é bastante claro  e fala por si mesmo.

        O dom de falar em línguas era um dos muitos dados aos crentes para ajudar na edificação do corpo de Cristo, que é a Igreja. Mas, apesar de quem a falasse não a conhecesse, quem a ouvia entendia, pois a conhecia ou recebia  a mensagem de alguém que a interpretava (tal qual os tradutores de hoje), ou essa língua lhe era conhecida.

Para edificação

        Falar em línguas em si pode beneficiar uma pessoa. Paulo declara: "Aquele que fala em língua edifica a si mesmo." 1 Coríntios 14: 4. Falar em línguas pode ajudá-lo a expressar o que está em seu espírito e que você não pode expressar com palavras. Paulo deixa claro que a melhor maneira de edificar a igreja é falar profeticamente, com as palavras "simples" que constroem a fé e compreensão para todos os que ouvem a mensagem. "Dou graças a Deus que falo em línguas mais do que todos; Ainda na igreja prefiro falar cinco palavras com o meu entendimento, para que eu possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua " 1 Coríntios 14: 18-19.

        No entanto, falar em línguas também podem ser de "lucro para todos" em uma assembléia cristã se for interpretada como uma língua comum das pessoas no encontro: "Como é que é, pois, irmãos? Sempre que você se reúnem, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem língua, tem revelação, tem uma interpretação. Que tudo seja feito para a edificação. Se alguém falar em língua, que haja dois ou no máximo três, um de cada vez, e haja um que interprete " 1 Coríntios 14: 26-27. Aqui Paulo deixa claro, mais uma vez, a necessidade de uma pessoa que interprete a língua que está sendo usada! Senão pairará a dúvida da autenticidade do que está sendo dito, uma vez que ninguém entende o que está sendo falado...

        Quando usado desta forma, o dom de línguas deve ser utilizado para reforçar e apoiar a mensagem espiritual, e não porque se sente fortemente movido em suas emoções. Desta forma, outros além de o falar em línguas serão edificados.

Um sinal para os incrédulos

        Há outra razão a que o dom de línguas é dado: "Na lei está escrito: "Aos homens de outras línguas e por lábios falarei a este povo; E ainda, apesar de tudo, eles não vão ouvir-Me , diz o Senhor. Portanto as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos " 1 Coríntios 14: 21-22. Desta forma, pode beneficiar aqueles que participam de uma reunião, mas ainda não comprometeu sua vida a Cristo.

        Há também ocorrências no livro de Atos em que as pessoas que foram batizadas com o Espírito Santo falaram em línguas ao mesmo tempo. Isto ocorreu principalmente no dia de Pentecostes, quando o batismo do Espírito Santo foi dado pela primeira vez, embora também tenha ocorrido em outras ocasiões ver (Atos 1 e Atos 19: 5-7). No entanto não há nada escrito que estes dois sempre estão a ocorrer em conjunto.

Quem recebe este dom espiritual?

        Isso é expressado na Bíblia, nem todos os crentes receberão este presente: "estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? São todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? Falam todos em línguas? Interpretam todos? " 1 Coríntios 12: 28-30. Podemos ver aqui que só alguns vão receber o dom de falar em línguas, assim como apenas alguns são chamados a ser apóstolos, etc.

        Tal como acontece com todos os dons do Espírito, o falar de línguas não é necessariamente um sinal de maturidade espiritual. Muitos dos Coríntios falaram em línguas, mas Paulo afirma que eles foram (1 Coríntios 3: 1) "bebês em Cristo". No entanto, quando utilizado de uma forma ordenada e apropriada, ele pode ser usado para construir o indivíduo e os outros membros do corpo de Cristo.

        O cristão deve tomar cuidado para não confundir dom de línguas com Xenoglossia  e Glossolalia. A xenoglossia é o fenômeno que se alega ter ocorrido durante o Pentecostes e que pode ser entendido como uma oração em língua desconhecida de quem ora, mas que existe ou já existiu e ainda é do domínio humano; uma vez que os povos de todas as nações encontravam-se em Jerusalém e ouviam dos apóstolos as pregações cristãs em seu próprio idioma (Atos dos Apóstolos 2:6).  Já a  glossolalia é um fenômeno que teria se dado sobretudo na comunidade cristã de Corinto (1 Cor 12, 10; 14, 2-19), mas também nas de Cesaréia e Éfeso (At 10, 46; 19, 6); não é a mesma coisa que o “falar outras línguas”, mas um fenômeno em que a pessoa profere sons ininteligíveis e palavras sem nexo, que se tornariam compreensíveis apenas para quem possua o carisma da interpretação (1Cor 14,10).

        Quanto à tonalidade, a oração em línguas normalmente se apresenta, dentro da

 compreensão católica, como: Louvor — oração sequenciada, de palavreado

 frequente, onde a pessoa fica “mergulhada” como criança diante de Deus; Júbilo —

 oração transbordante, jubilosa e extremamente alegre, quase interminável e sem

 pausas; Súplica — oração compassada e em tonalidade penitencial, que leva a

 frutos de contrição; Canto (cf. 1Cor 14,15) é também uma espécie de louvor, sendo

 que em tonalidade musical. 

        O chamado dom das línguas foi comum no início da Igreja, e alguns grupos

 cristãos alegam experimentar o fenômeno atualmente. A meu ver, se não houver

 quem interprete, ou os fiéis não entendam o que está sendo dito, é o auto-engano

 que gerou a piada, hoje corriqueira nas igrejas, de que para falar em línguas, basta

 pronunciar: Que balamacia! Chupa balahalls... Portanto, no trato das coisas do

 Senhor, todo cuidado, tanto para quem acredita falar, como quem acredita

 estar recebendo recado de Deus, ininteligível, mas um recado divino, é ainda muito

 pouco...Sejamos vigilantes e Deus se agradará de nós. Querem um exemplo de total

 falta de cuidado com as coisas de Deus? Numa vigília, há algumas semanas, Uma

 pseudo profeta cochichou ao ouvido do meu marido uma série de visões "que

 haviam sido dadas por Deus". Dentre essas "profetadas"(porque não são

 profecias!) estava uma relativa à minha sogra que receberia uma grande

 herança.Conforme vocês podem ver na fotografia(do obituário dela, acima) que ilustra essa

 meditação, o detalhe é que a mãe do meu marido faleceu em 20 de janeiro de 2006, e

 ao contrário de receber herança, deixou herança a seus filhos. Ao meu marido foi dito que ele

 vai assinar um contrato que vai lhe dar muito dinheiro. E ele desempregado? É isso que faz

 com que muitos se afastem da igreja e que ela vire escracho e alvo de piadas que em nada

 a edificam, tais como "templo é dinheiro e outras". Que Deus tenha misericórdia desses falsos

 profetas! Sugiro que se quiserem aparecer, amarrem uma melancia no pescoço, mas não

 entreguem a ninguém coisas que não vieram efetivamente, de Deus! Mesmo porque o castigo é pesado.

        O Falso profeta, também chamado de pseudoprofeta, é a rotulação dada a

 uma pessoa que ilegitimamente se proclama detentora de dons do Espírito

 Santo. Tal rotulação pode tanto decorrer de um falso dom carismático, como do uso

 do mesmo para fins demagógicos ou demoníacos.

        No Antigo Testamento, a Bíblia cita vários falsos profetas, como por exemplo

 Hananias, que falara mal de Jeremias. Também deve se saber que nem sempre o

 falso profeta usa dons demoníacos, usando quase sempre a falsa alegação e a

 ajuda para pessoas más.

        O mais famoso dos falsos profetas do Novo Testamento é o "Falso

 Profeta" do livro de Apocalipse, cujo nome é repetido por três vezes. Este Falso

 Profeta seria um aliado do Anticristo e a da Besta. A figura do Falso Profeta é um

 dos maiores mistérios da escatologia.

“

E o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a Besta e o Falso Profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos

”

“

E a Besta foi presa, e com ela o Falso Profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da Besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre"Ap. 20.10

”

        Esse Falso Profeta seria igual ao Homem da perdição, e continua um mistério

 por não ter informações extras nem em livros apócrifos. Deus irá então mandá-lo ao

 inferno se esse não se arrepender."À lei e ao testemunho! Se eles não falarem

 segundo esta palavra, é porque não há luz neles."Isaías 8:20. Se o homem não

 falar dessas duas vertentes bíblicas é um falso profeta. Precavenham-se contra ele.

 Peçam confirmação do que lhes foi entregue, ao Espírito Santo de Deus! Afinal, também é

 bíblico que nos últimos tempos apareceriam muitos falsos profetas. Está, para quem quiser

 checar, em Mateus 24. 10,11, que diz: "Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-

se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.

E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos." 

         Assim encerro meus alertas contra esses dois servidores do inimigo: o pseudo falador de línguas estranhas que nem mesmo ele sabe o que está dizendo, e o falso profeta. Vigiem, orem. Mantenham seu foco na Palavra e não percam a salvação. E ponto final.

Oremos: Pai amado, no afã de lhe agradar, muitos irmãos caem nas armadilhas do auto- engano, plantada sagazmente pelo inimigo. Proteja-os e lhes dê discernimento para que saibam quando estão recebendo o dom de falar em várias línguas e quando estão sendo apenas um canal de comunicação de Satanás, para confundir a Igreja. Dê a eles o conhecimento da sua Palavra e uma forte ação de seu Santo Espírito, de forma que não caiam nessa esparrela, contribuindo para a desagregação do seu corpo, a igreja. É o que lhe peço e já lhe agradeço, em nome de Jesus, o seu Cristo, enviado para nos redimir e salvar! Amém!