nos últimos tempos tenho sido interpelado diariamente por órgãos de imprensa, jornalistas, cientistas sociais e políticos, acadêmicos em busca de uma opinião e uma explicação que ajudem a decifrar esse fenômeno que é a igreja evangélica. aliás, essa é uma questão interessante: mais do que interesse pelo evangelho, as pessoas estão curiosas a respeito dos evangélicos. observo que geralmente nós, evangélicos, somos tratados de maneira pejorativa pelas comunicações de massa. os comentários, embora tenham uma conotação de respeito, no fundo sugerem que somos ignorantes, pouco inteligentes, e até mesmo de caráter duvidoso. pouca gente percebe que quando sou contra vacina, você pode me chamar de burro ou ignorante, mas quando digo, por exemplo, que aborto é pecado, no mínimo você tem que considerar que não se trata de burrice, má fé ou falta de informação, mas de um sistema de crenças diferente do seu. você que me conhece sabe que penso que tem muito religioso (e não apenas evangélico) ignorante, mal-informado e mau-caráter. mas enquanto não enxergarmos os fenômenos religiosos como disputas entre sistemas de crenças que tecem culturas e moldam sociedades, estaremos na superfície do que está acontecendo no Brasil. quando você encontrar um religioso (evangélico) de quem você discorda, considere que ele pode ser tão informado e inteligente quanto você, apenas chegou a conclusões diferentes das suas, ou tem um sistema de crenças diferente do seu.
Ed  René Kivitz

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