ADORACÃO E OCIOSIDADE
Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio
"Faraó deu ordem aos superintendentes do povo, dizendo: Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes, e exigireis deles a mesma conta de tijolos...estão ociosos, e por isso clamam: Venham sacrifiquemos ao nosso Deus"
Ex 5.8
O conceito proferido por faraó há séculos atrás de que as pessoas buscam a um deus, por falta de coisa melhor para fazer é exatamente popular nos nossos dias por dois motivos principais:um por ser mentira, outro por ser verdade.
Explicando melhor. Mentira, pois isso é o que a Nova Era quer fazer parecer sobre aqueles que buscam a Deus, principalmente os cristãos. Fazem isso por falta de melhores opções. Verdade, pois muito do que se chama busca espiritual não passa de fuga, motivo para fugir de responsabilidades que a vida apresente.
A falta de sentido para a vida, a ociosidade e o tédio tem levado milhões de pessoas a uma busca espiritual, tão incansável, quando infrutífera. Quem pensava que o antigo Egito e as antigas civilizações possuíam muitos deuses diferentes e exóticos, se surpreende hoje com a quantidade de deuses, seitas e filosofias que povoam o imaginário das pessoas em sua busca espiritual.
Criam os sociólogos e antropólogos que à medida que "o homem evoluísse" e a ciência apresentasse explicações convincentes para os grandes questionamentos humanos, a religião se tornaria desnecessária e entraria em processo de extinção.
O que estamos presenciando é exatamente o contrário. Nunca o homem foi tão "religioso". Os conflitos no Oriente Médio atestam que estamos em meio a uma verdadeira guerra religiosa, que nada fica a dever à longínqua Idade Média, e o que é pior, sem perspectiva de término ou abrandamento. O homem é um ser religioso e jamais deixará de sê-lo. Canalizar isso é o grande desafio do cristianismo.
A sabedoria do ap.Paulo é muito bem vinda para a igreja de hoje. Diz o texto de Atos 17 que enquanto Paulo esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava, em face à idolatria dominante na cidade. Contendeu com filósofos de várias correntes de pensamento e religiosos que ensinavam sobre a quantidade humana de deuses que tinham até um altar dedicado ao "Deus Desconhecido". Paulo não perdeu tempo, aproveitou a deixa e emendou:"pois esse que adorais sem conhecer, é precisamente aquele que eu vos anuncio". Dessa forma anunciou o plano de Deus em Jesus Cristo e a ressurreição.
Se a instituição da Páscoa em Êxodo 12 foi um julgamento de Deus sobre a quantidade de Deuses que controlavam a vida diária daquele povo, ficamos imaginando se Ele agisse da mesma forma em nossos dias, quando o acesso ao conhecimento e as experiências do passado deveriam tornar o homem muito mais voltado ao Deus verdadeiro.
A experiência de Paulo deve servir de motivo de profunda meditação para nós hoje, como igreja que foi incumbida da grande comissão pelo Senhor Jesus. A ociosidade espiritual, cultural e emocional do nosso povo, à semelhança do povo egípcio, tem levado ao envolvimento com a idolatria, feitiçaria, espiritismo e busca de deuses que de fato não o são. Não retiremos a palha, simplesmente. Vamos aproveitar o momento para oferecer material da melhor qualidade. Como Paulo, vamos mostrar que o Deus desconhecido para eles, e que é confundido e chamado por tantos nomes diferentes, é o Deus revelado para nós em Jesus Cristo.
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